Morretes, os sinos e os sineiros (*). Mauro Cherobim Cada vez que chego em Morretes, sinto nos meus ouvidos os sons dos sinos da matriz: quando tristes, entristeciam os morretenses; quando alegres, alegravam a todos. Cada “música”, isto é, cada batida, identificava uma atividade religiosa, mas também havia uma batida para a comunidade. Sou de uma geração que nasceu e se criou ouvindo os sinos da Igreja Matriz. Eu fui um dos sineiros da Igreja. Na torre da Matriz havia quatro sinos, numerados do menor ao maior, em primeiro segundo terceiro e quarto. Cada sineiro se especializava num deles. Os primeiro e segundo sinos eram os “de repique” e eram tocados por um só sineiro e era quem dava o ritmo. O quarto fazia um acompanhamento, surdo, e era o responsável pelas e emoções. As tristezas e as alegrias. O terceiro intermediava o “diálogo” dos sinos menores com o “solo” do quarto. Ao toque dos sinos a cidade ficava alerta: alguém havia falecido. Quem? Logo a notícia se espalhav
Tudescas e polacas O avô da minha mãe, napolitano morava na região do Ahú e por lá moravam muitas famílias polacas e tudescas (tedescas, como falávamos). As meninas eram muito bonitas, mas havia preconceito contra a polaquinhas. Meus primos me ensinaram que que se fosse namorar uma guria loura olhasse para os tornozelos. Se fossem grossos seria de uma polaca; se fossem finos seria uma tudesca. Como os meus olhos não estavam habituados a esta seleção “tornozelal” olhei para o todo. Tive que retornar para Morretes e perdi o contato com a encantadora polaquinha. Estou passando a você um vídeo a história de Chico Guil, irmão da nossa amiga Ana Guil, de origem ucraniana, que nos conta estes conflitos de relações raciais (na verdade étnicas) antes destas chateações do politicamente correto. https://www.youtube.com/watch?v=O34LT8hkn7g